O PRECIOSO PRESENTE
Muitos de vocês já devem ter visto o antigo desenho da Warner Bros, do sapo que canta e dança para seu dono sempre que este abre a caixa onde se encontra (“One froggy evening”). O personagem é “Michigan J. Frog” e ele é considerado um clássico imperdível do desenho animado, por seu humor fino e ironia, como pode ser visto abaixo:
A opinião sobre Michigan varia de pessoa para pessoa, já que enquanto alguns o consideram um milagre, outros o vêem como uma desgraça para seu dono, já que sempre que este tenta mostrar os seus talentos para alguém, ele volta a ser um sapo comum.
Somos presenteados todos os dias com pequenas maravilhas, tal qual o sujeito do desenho, que encontrou o sapo cantor por acaso, num terreno de demolição. Michigan não fala, mas canta maravilhosamente como um cantor de jazz e nada promete nem pede para si, apenas apresenta a quem o achou, seu extraordinário número musical. Seu espetáculo é um presente exclusivo.
Quem o encontrou, contudo, não atentou para o show, não se divertiu com o espetáculo, não curtiu as canções, nem saboreou a dádiva que estava recebendo. Tudo o que conseguiu enxergar, foi o tanto de dinheiro que ganharia explorando o privilégio.
Todos os dias somos brindados com pequenas maravilhas, tais como o sorriso das crianças; a gentileza com que somos tratados por quem nos atende; lindas árvores florescendo em nosso caminho para o trabalho; o degustar de um sorvete ou de uma comida realmente saborosa; o carinho da esposa(o) ou do namorado(o), dádivas que muita gente não valoriza. Para eles, só o que advém do ganho financeiro é reconhecível.
Algumas pessoas assumem o papel de provedores de tal forma, que em sua busca por dinheiro, deixam de ter tempo ou paciência para curtir o tanto que recebem de graça nos instantes de todos os dias. Falta-lhes percepção para curtir o agora e saborear o presente. Não o enxergam como um “presente” (uma dádiva), mas como um trampolim para o futuro, o qual temem e do qual se precaveem a cada instante.
Michigan oferece àquele que assume o papel de seu dono, o que tem de melhor: sua pequena e maravilhosa performance – única, pessoal e intransferível. Assim como não dá para economizar alegrias ou guardá-las para depois, é preciso desfrutar delas no agora, enquanto acontecem.
No terceiro filme de Nárnia, o Príncipe Caspian diz uma frase de profunda sabedoria: - Passei muito tempo querendo o que me foi tirado e não o que me foi dado... – tal como muita gente que passa toda uma vida procurando meios de conseguir o que lhes falta, deixando contudo de olhar, o tanto que recebem.
Viva (e vibre) cada instante do agora, fazendo dele um autêntico Presente. Uma vez que o futuro ainda não existe, planeje o que deseja ver acontecer nele, mas evite contudo, se pré ocupar (preocupar) com as coisas antes da hora. Vivencie-as apenas uma vez, quando e se estas se tornarem presente. Se o passado jaz no agora apenas como referência; não o trate como um par de algemas que o encarcerem em suas atitudes de hoje. Quanto ao presente, este sim está acontecendo agora!
Preste atenção e aproveite cada nuance de seus dias. Assim, quando você vivenciar seus pequenos instantes de maravilha, estará pronto para poder usufruí-los.
Carpe diem! (aproveite o dia).
Lucio Abbondati Jr
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