"MULTIDÉIAS valoriza o seu tempo e respeita a sua inteligência"
-------------------------------------------------------------------------- Para pessoas que apreciam fazer uma reflexão; com indicação de livros e publicações, filmes e dvds, jogos e ferramentas lúdicas, além de propor assuntos apaixonantes e temas instigantes.
quinta-feira, setembro 22, 2011
domingo, agosto 28, 2011
UM LINDO AGOSTO TRANSFORMANDO O MUNDO
Esta foi uma semana muito gratificante e cheia de alegria.
Na segunda-feira, 22 de agosto, abrimos o SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho) do Santuário Nacional de Aparecida, SP, com a nossa palestra “O cérebro do prazer e a conexão criativa”, para centenas de funcionários de diversas áreas de atuação. Na palestra enfocamos a importância de cuidar-se primeiro, evitando diversas doenças advindas do estresse, demonstrando como nosso organismo funciona e propondo soluções comportamentais práticas e eficientes que cada pessoa pode realizar no seu dia a dia
(Clique nas imagens para ver melhor)
Tivemos uma acolhida muito carinhosa por todos e só temos a agradecer.
Para quem ainda não conhece o Santuário Nacional de Aparecida, vale a visita.
Nós adoramos!
Na 6ª. feira foi a vez do Workshop “Jogos e Soluções Interativas” no Hub-Escola 2011, que aconteceu no Solar das Palmeiras em Botafogo, RJ.
Fizemos uma breve apresentação dos jogos e do brincar na sociedade em diversos momentos históricos e mostramos como podemos nos beneficiar com seu uso regular. Depois, é claro, jogamos! Demonstramos alguns dos nossos protótipos e também usamos jogos que já estão no mercado. A idéia era a de que, baseados nos argumentos que utilizamos na apresentação, os participantes experimentassem os jogos com um olhar diferenciado, mais preparado para ver além da aparência e da percepção inicial. Ampliar o contexto de conhecimentos é fundamental.
Foi ótimo!
No sábado, dia 27, também na agenda de eventos do Hub-Escola 2011, apresentamos a palestra “O cérebro do prazer e a conexão criativa”. Foi muito interessante!
Aqueles que haviam participado do workshop da véspera, surpreenderam-se com as importantes ramificações dos jogos e do brincar nas áreas da saúde, cognição e do prazer pessoal. Está tudo interligado mesmo!
Enfim, conhecemos novas pessoas, fizemos novos amigos e contribuímos para um mundo melhor. Valeu!!
Lucio e Lucia Abbondati
domingo, agosto 07, 2011
UM ÓTIMO MOTIVO PARA CELEBRAR
- Hoje é Dia dos Pais! - disse minha mulher nesta manhã, equivocando-se sobre a data por uma semana. E como me sinto todos os dias como num Dia dos Pais (tenho filhos que adoro e que comigo conversam de forma apaixonada sobre seus interesses), este dia seria como qualquer outro – ou seja – um ótimo dia.
Refletimos então, eu e minha esposa, que não há um dia para glorificar esposas e maridos – algo que para nós é ótimo, já que isso faz com que todos os dias aqui sejam considerados “Dias dos Cônjuges”. E nós os comemoramos por muitos motivos, 365 dias do ano, por cada momento que passamos juntos.
Diz o ditado que, “Para morrer basta estar vivo”, sem qualquer garantia de validade em questão de prazos. Tudo o que temos para nos apoiar todas as manhãs ao sair da cama, é uma “carta de intenções” muito genérica, que diz apenas em teoria, que se pode morrer de velhice (ou não).
Assim sendo, o acordar ao lado de quem se ama é um presente que deveria estar sendo desfrutado. Poder tomar um café da manhã juntos, almoçar, jantar, brincar com os filhos (sejam crianças ou adultos), partilhar momentos, dizer e ouvir que se é amado, são coisas realmente dignas de se comemorar. E diariamente! Lembrem-se, são as pequenas coisas que podem deixar de ocorrer a qualquer momento, que tem o maior valor.
Quando jovem li um livro que me ensinou de uma forma marcante, este fato da vida. Nele, o autor Carlos Castañeda diz que ouviu de seu mestre indígena Don Juan, que todos os seres que vem ao mundo ganham um companheiro ao nascer. Castañeda arrematou o ensinamento dizendo que já sabia disso, completando que de onde ele vinha, estes eram chamados de anjos, ao que Don Juan logo retrucou, negando a comparação. Disse ele, que este “companheiro” pessoal e intransferível, não estava ali para proteger o nascido, não interferindo em sua vida em qualquer aspecto que fosse, seja para conduzí-lo a um bom caminho, motivá-lo, aconselhá-lo ou evitar que este entrasse em apuros. Castañeda então perguntou para que este serviria, já que em nada ajudaria. Don Juan lhe respondeu que ele não estava ali para servir, uma vez que este companheiro era a Morte. Um dia, ele bateria no ombro de quem estivesse acompanhando, dizendo: - Vamos embora?
Caso a pessoa reclamasse, argumentando que era cedo para partir ou que ainda tinha muitas coisas que desejava ou achava que tinha a fazer, a Morte lhe responderia então, que durante todo o tempo em que o acompanhava, não havia interferido em momento algum em sua vida, enquanto este deixara de seguir os sonhos que acalentara, postergando para depois ou para sempre, a sua realização. Ela não censurara o fato dele ter deixado de dizer que amava a quem estivesse a seu lado ou mesmo, quando ficava de papo pro ar na preguiça, desviando-se das coisas realmente importantes que teriam lhe trazido verdadeira satisfação. Não criticara sua busca por “alívios” imediatos, como beber, fumar, drogar-se ou viver de uma forma inconseqüente, ao invés de mergulhar de cabeça na vida que recebera. Por que então, em sua hora e único momento de ação, o homem se acharia no direito de pedir mais tempo? Deveria ter pensado nisso antes de desperdiçar cada um de seus momentos.
A percepção de que a contagem para a morte começa no minuto em que se nasce e que pode acontecer sem qualquer aviso prévio, foi para mim uma revelação! Não dá para guardar ou economizar cada dia que passa, para usar no futuro. Viver (com V maiúsculo!) é uma dádiva concedida pelo nascimento, pela qual devemos agradecer diariamente. Já partilhar a vida com alguém com quem se pode trocar, conversar, desfrutar, amar e curtir momentos, é o resultado de uma escolha pessoal, que deve ser comemorada todos os dias - não apenas de vez em quando. Acorde em sua próxima manhã com isto em mente e faça de seus dias, um motivo para celebração à dois.
Lucio Abbondati Junior
sábado, agosto 06, 2011
SEM CÓDIGO DE BARRA

O que não tem preço? O que é só valor? As coisas intangíveis não têm preço. Experiências, sensações, sentimentos... A que atribuo valor?
SEM CÓDIGO DE BARRA
Dormir uma boa noite de sono
Tirar os sapatos ao chegar em casa, após um dia exaustivo
Saborear uma comida deliciosa e reconfortante
(uma bela sopa num dia frio)
Plantar uma semente e acompanhar seu crescimento
Ouvir e fazer música
Pintar
Solucionar um desafio
Descobrir a pergunta certa
Assistir a um filme antigo pela vigésima vez e se encantar de novo
Brincar com seus bichinhos
Acompanhar as vitórias dos filhos – desde os primeiros passos
Ouvir o vento entre as folhas das árvores
Sentir o frio úmido estando bem agasalhado
Observar os resultados de uma tarefa bem feita
Partilhar suas próprias descobertas
Sentir tesão pelo companheiro, a pele arrepiar
Beber água
Suar
Saber se alimentar do que é vivo e só faz bem
Colaborar sem que o outro precise pedir
Estar atento
E relaxado
Dividir o último pedaço de bolo
Apreciar sua arte e a dos outros
Calar
Ouvir de verdade
Falar com significado
Estar presente
Lembrar das vozes dos que já partiram
Permanecer
Fazer de novo, só que diferente
Buscar palavras que não conhece
Ler todos os livros que puder
Ler para os outros
Saber contar histórias é fundamental
Saber ouvir, também
Sonhar acordado
Andar, abraçar e sorrir
Ter a que se dedicar
Descobrir seu tesouro escondido
Alimentar sua alma
Ser único
Ser todos
Ser
Lucia Vasconcellos Abbondati – em 23 de julho de 2011
sexta-feira, agosto 05, 2011
ENTREVISTA SOBRE A SAÚDE E O ESTRESSE
Segue aqui abaixo, a entrevista que dei sobre a qualidade de vida, a saúde e o estresse, à TV Câmara, da Câmara Municipal de Niterói.
Aproveito aqui para agradecer a gentileza da equipe, que me acolheu com toda a simpatia e carinho.
Lucio Abbondati Junior
quinta-feira, julho 21, 2011
POR OUTRO ÂNGULO IV
Em mais uma apresentação de nossa série OLHANDO POR OUTRO ÂNGULO, sobre as talentosas e criativas alternativas artísticas, temos hoje uma apresentação de Pete, mais conhecido como “The Pete Box”, que usando apenas um violão, sua própria voz cantando e simulando a percussão, mais um beatbox, um looper (um pedal Boss RC-50, loop station) e um reverberador, produz o som completo de uma de suas bandas preferidas, incluindo o back vocal. Tudo ao vivo!
Ele leva o conceito de One Man Show ao seu limite. Com vocês, Pete The Box, apresentando o cover de “Where is my mind”, dos Pixies.
Lucio Abbondati Junior
terça-feira, julho 19, 2011
ENTREVISTA NA REVISTA DO CORREIO BRASILIENSE 8 DE JULHO DE 2011

Em nosso blog irmão "Criador de Jogos", postei a entrevista que dei para a matéria publicada na Revista do jornal “Correio Brasiliense”, no dia 08 de julho de 2011, sobre a importância do exercitar a tomada de decisões que os jogos possibilitam.
Ela pode ser lida na íntegra, clicando-se no seguinte link:
Lucio Abbondati Junior
sábado, julho 16, 2011
MATÉRIA NA REVISTA VIDA LEVE - JULHO 2011

Em nosso blog irmão "Criador de Jogos", postei a entrevista que dei para a matéria publicada na Revista Vida Leve, de julho de 2011, sobre o valor dos jogos como elemento de agregação familiar, exercício para o cérebro e motivador para a melhora das relações sociais.
Nela também são abordados os lançamentos de 2011 e o mercado brasileiro de jogos e brinquedos.
Ela pode ser lida na íntegra, clicando-se no seguinte link:
Lucio Abbondati Junior
sexta-feira, julho 15, 2011
ENTREVISTA NO PROGRAMA QUEBRA-CABEÇA, NO GNT (SISTEMA GLOBO) I
Segue aqui um fragmento da entrevista que dei no programa “QUEBRA-CABEÇA” inaugural, apresentado por Chris Nicklas e que faz parte da nova leva de programas do canal GNT (Sistema Globo) para 2011. Ela fala sobre a superproteção infantil e a relação da criança com o mundo através da experimentação.
Em nosso site irmão, o “Criador de Jogos”, é possível ver outra parte da entrevista, esta sobre a importância do brincar, tanto para a criança como para o adulto. Ele pode ser visto clicando-se neste link.
terça-feira, julho 12, 2011
POR OUTRO ÂNGULO III
Prosseguindo com nossa série, "Olhando por outro ângulo", apresentamos hoje outro músico extraordinário do violão, que obtém um som semelhante ao obtido por equipamentos eletrônicos e sintetizadores. E tudo o que ele emprega aqui, é seu mais puro talento. Com vocês, Ewan Dobson, tocando Time 2:
Lucio Abbondati Junior
segunda-feira, julho 11, 2011
DO QUE SOU FEITA?
Aprecio romances policiais e de mistério. Personagens como Poirot, Maigret e Miss Marple, cada um com seu jeito característico, me fascinam por seu entendimento da alma humana, a forma como desenvolvem um raciocínio dedutivo e como, ao final da história, invariavelmente chegam ao criminoso em questão.
Nas séries policiais que também assisto com interesse: Criminal Minds, Castle, CSI, NCIS, Os Mistérios do Inspetor Linley, Lewis, Poirot, Rosemary & Thyme, entre outros, os agentes trabalham nos “profiles”: os perfis dos criminosos, segundo as avaliações de seu modus operandi - se são organizados, metódicos, meticulosos e se agem da mesma forma sob pressão, por exemplo. Também estimam sua idade, raça, meio social, trabalho, relações familiares, sexualidade e outras características mais. Através da observação detalhada e criteriosa das cenas dos crimes, analisam e desenvolvem o caráter e o perfil psicológico do criminoso.
Dessa forma, imaginam sua infância, seus pais e amigos, como eram na escola, o que os encantava e o que os amedrontava. Quais fantasmas se escondiam sob a cama ou dentro do armário, que intervenções humilhantes, de raiva ou de culpa, alimentaram as sementes do monstro interior adormecido, aquele pedaço sombrio da alma que todos nós tentamos manter escondido o máximo possível, até de nós mesmos.
Gosto de pensar que somos o resultado de todas as nossas experiências, nossas escolhas, das lembranças truncadas que mantemos, das percepções das realidades que vivemos. Somos observadores de nós mesmos, em frações de prismas brilhantes pendurados na janela que num momento produz luz, para, no instante seguinte desaparecer.
Assim estamos a cada momento formando um novo eu, com reminiscências de pensamentos do que fomos um dia, com memórias sugeridas de nossas vidas.
Gosto do quebra-cabeças que é definir o perfil de um criminoso, mas como o próprio nome diz, o perfil mostra, quando muito, apenas um lado da história.
Então penso na forja, bigorna, martelo, aço, calor e água, os elementos necessários para fazer uma espada, por exemplo. Toda força, energia, convicção empregadas a cada martelada precisa. Esquenta o aço, bate, molha e resfria. Esquenta de novo e de novo bate, molda, torce, resfria. O que nos forja, atua em nós todo tempo. Sem trégua. Sem descanso.
Somos feitos do que nos forja todo dia.
Talvez por isso, ainda não tenha feito meu perfil no Facebook.
Lucia Vasconcellos Abbondati
sábado, julho 09, 2011
CONSERVANDO VALORES PESSOAIS

Assisti recentemente a última obra do diretor Woody Allen, “Meia noite em Paris”, onde o personagem idolatra a velha cidade luz das décadas de 20 e 30. A nostalgia pelo passado onde viveram seus ídolos o fascina, no que ele mergulha de cabeça e alma, para erguer-se ao fim, maduro e revigorado.
É um filme encantador, que vale seguramente o ingresso e que traz a tona uma questão sempre presente: tem gente que cita outras épocas como um período melhor, desqualificando as experiências que vivencia no dia a dia.
Confesso de antemão, que não tenho qualquer idolatria por um tempo passado (sou um fã inveterado do presente), mas preservo em mim a apreciação por atitudes e modos que, que em muitas épocas, eram hábito corriqueiro, com uma enorme ênfase naqueles que demonstram alguma afetuosidade ou deferência.
Abrir porta para alguém entrar no carro, cumprimentar pessoas (sejam conhecidas ou não), oferecer carona e levar alguém até sua casa sem necessidade, levar flores e o café para a amada, sentar com ela para conversar e planejar sonhos, lembrar datas especiais, saborear uma canja ou um Milk-Shake, conversar, brincar e jogar com os filhos e amigos do círculo interno, cantar e assoviar frequentemente (em qualquer lugar), rir e me encantar com as pequenas maravilhas do dia, são hábitos absolutamente naturais que me parecem ter caído em desuso. As coisas chegaram a um ponto que, em algumas situações, sou chamado a atenção por fazê-lo!
Neste mundo apressado e conciso, perder tempo com atitudes singelas ou gentis, parece ter se tornado algo fora de propósito.
Nem acho que conseguiria ser pragmático, a ponto de ignorar o que me faz ser o que sou. Gosto de agir assim no presente e acho que tais atitudes não deveriam ficar relegadas a qualquer época específica. Pelo menos, não para mim.
Será que isto me faz saudoso de um tempo “mais elegante”? Acho que não. Todas as épocas tem virtudes evidentes, inclusive a atual. E de cada uma podemos recolher os atos que considerarmos mais afeitos ao nosso caráter. Tudo é questão de gosto pessoal e não, de moda.
A moda induz a condutas ou necessidades, de forma artificial, estipulando comportamentos ou aparência, mas forçosamente, não determina a obrigatoriedade de adesão. Quem o faz, opta por alinhar-se pela conduta da maioria, sem questionar validade ou mesmo afinidade, num caso de pura omissão da personalidade.
A ausência de questionamento deu origem a um número infinito de “criações” ou práticas absurdas, como “lindos” sapatos que torturam os pés, o corpo e a postura; a magreza cadavérica como estética dominante; o fumar, o beber e o drogar-se para ser aceito em um grupo e tantos outros hábitos sem sentido, que foram incorporados por quem abdica do livre pensar.
Sou de uma época onde eu queria ser diferente, destacando-me da multidão por meus méritos. A gentileza e olho no olho eram parte do sentir, então. Hoje, a maioria incorpora-se a um grupo para ser socialmente aceito, diluindo sua manifestação pessoal e o reconhecimento da diferença como uma virtude.
Em mim conservo fresca e sempre pronta para uso, as memórias de momentos onde amigos se reuniam para tocar músicas e cantar ou para sentar ao redor de jogos de tabuleiro por horas, rindo e comendo pizza. Causo estranheza ao passar nas ruas assoviando minhas músicas preferidas (trilhas sonoras sinfônicas de cinema e TV, músicas clássicas, jazz ou rock progressivo) e algumas vezes, provoco alegria e contágio, despertando velhos assoviadores, que já sem prática, começam a assoviar após a minha passagem.
São hábitos que para muitos pragmáticos, saíram do que se estipulou como moda. O estranho é que nem deveriam ter sido alvo dela. O que dá prazer pessoal deve ser conservado, cuidado e exercido, esteja na moda ou apesar dela. Afinal, quem deverá viver ou ditar as regras de sua própria vida: o indivíduo ou o meio que o cerca? Por que se deve dar poder a qualquer grupo, de determinar como devemos ser felizes? Pense nisso e recupere algum hábito que sempre o fascinou.
Você merece!
Lucio Abbondati Junior
quinta-feira, julho 07, 2011
MATÉRIA NA REVISTA BRINCAR 41
segunda-feira, julho 04, 2011
POR OUTRO ÂNGULO II
Prosseguindo com nossa série, "Olhando por outro ângulo", apresentamos hoje um músico extraordinário, que obtém um som angelical de um "instrumento" normalmente apresentado mais como uma curiosidade. Para aqueles que possam duvidar da inventividade e talento humanos, apresento a vocês Robert Tiso, em sua performance da Toccata e Fuga em Ré Menor de Johann Sebastian Bach, na harpa de vidro:
Lucio Abbondati Junior
O DIREITO DE ESCOLHER MELHOR
Querer fazer parte de um grupo, é uma das características marcantes da raça humana. Seguindo a maioria, pessoas se sentem seguras e abrigadas na diluição da responsabilidade de assumir para sua vida, as dezenas de milhares de decisões que lhe são apresentadas.
É o que leva uma grande parte a buscar mesmas condutas e práticas de outros semelhantes. O mote do “Se foi bom para alguém, deve ser bom para mim”, reduz a responsabilidade na escolha de opções, mesmo que outras possibilidades pudessem se mostrar mais vantajosas.
Isto se dá em níveis variados, de manifestações simples até escolhas sem qualquer senso, como começar a fumar, numa demonstração de que impera o pensamento do “se muitos o fazem, é por que deve ser muito bom”.
Tomemos um exemplo, que vem se tornando a mais nova praga por aqui: o café expresso nos restaurantes.
O cafezinho brasileiro é considerado, quando bem preparado, uma das bebidas mais saborosas do mundo. Estrangeiros que aqui chegam para uma visita, encantam-se com o seu sabor, aroma e farta disponibilidade.
Ao nosso cafezinho tradicional, contrapõe-se hoje em grande parte dos restaurantes, algo que só remotamente lembra um expresso (ou Espresso, como é conhecido na Itália, seu país de origem), preparado por alguém sem qualquer paladar ou prática na área, o que leva o consumidor ao pedido de uma maior diluição com água, de forma a reduzir seu amargor, no que se convencionou chamar no Rio de Janeiro de “expresso carioca”.
Tal como nosso café, um bom expresso deveria se limitado a ser preparado em casas especializadas, não sendo aquilo que é servido hoje nos restaurantes.
O gosto obtido é melhor que do que era tradicionalmente servido? Não. É amargo de tal forma que solicita mais açúcar ou adoçante, tornando-se um xarope ou na forma diluída do expresso carioca, tão saboroso quanto uma malzbier requentada...
Por que então no país do melhor cafezinho do mundo, grande parte dos restaurantes o substituiu pelo expresso? Provavelmente, para seguir uma tendência do mercado. Venho indagando a seus donos as razões que o levaram a troca e tudo o que obtenho deles e dos garçons, é sempre uma mesma resposta, que nada responde: “- Agora nós só trabalhamos com o expresso”.
Imagino que o motivo real para empurrar uma bebida tão intragável, seja para poder justificar a cobrança mais cara, pelo consumo de algo que antigamente era quase gratuito. E o que vão acabar conseguindo com isso, é eliminar este hábito tão brasileiro, após as refeições em suas casas. O estúpido de toda a situação, é que o cliente possivelmente pagaria o mesmo valor por um saboroso cafezinho “do bule”, se pudesse ter esta opção ao invés de sua “sofisticada”, mas insuportável versão de expresso. Fico imaginando se os escoceses se disporiam a parar de tomar seu uísque, só porque o consideram um produto nacional...
Como quem impõe a estupidez só encontra aceitação entre os que abdicam de pensar e eu continuo prezando muito o meu direito de escolha e inteligência, dispensei o seu consumo nos restaurantes. Muitas vezes, até atravesso a rua após o almoço e vou tomar um cafezinho verdadeiramente carioca, no bar da esquina em frente. E quando quero um verdadeiro expresso, vou a uma casa especializada, onde a variedade e o cuidado em sua confecção, acompanham o pedido.
Aos que tem as papilas gustativas funcionando e ainda são capazes de distinguir o saboroso do pavoroso, deixo aqui uma sugestão de traje para ser usado ao comer fora: uma nova linha de camisetas “sofisticadas”, bem ao gosto dos que vem tentando incorporar à força nos restaurantes, este desgosto importado:
sexta-feira, julho 01, 2011
POR OUTRO ÂNGULO I
Frequentemente falamos da criatividade e da diversidade humana, demonstrando como pode ser rica a sua capacidade para a inventividade. O vídeo abaixo, que fará parte de uma série que postaremos aqui sobre os diferentes empregos que podemos dar ao que nos cerca, é uma demonstração de como tudo o que vemos na vida depende apenas do ângulo abordado e da forma transformamos o processo criativo em uma saborosa brincadeira.
Os instrumentos musicais aqui exibidos são conhecidos, já a forma como Rodrigo e Gabriela os empregam, não. Ambos são talentosos músicos mexicanos radicados na Irlanda e que tocam seus violões como se entrassem em total ressonância com a música, transformando-os em instrumentos de corda e de percussão simultaneamente. Bom espetáculo!
Lucio Abbondati Junior
quarta-feira, maio 18, 2011
RELACIONAMENTOS PODEM DAR CERTO
No consultório vejo casais em conflito todas as semanas, navegando entre seus problemas sem qualquer pista de como podem melhorar sua relação.
É marcante a percepção de que esperam uma solução mágica, onde os parceiros irão neutralizar seu lado pessoal, acomodando-se ao que cada cônjuge considerou uma mudança necessária. Há até quem case já esperando tal mudança, como se a união fosse funcionar como uma milagrosa forma de conversão. Enlaces que acontecem sob esta premissa, não melhoram pela transformação dos parceiros num clone dos desejos e vontades do outro. Tudo o que se obtém é frustração e conflito. O que os casais precisam recordar, é que a pessoa com quem escolheram viver, já era assim antes de se unirem e provavelmente foi esta forma peculiar de ser, um dos motivos que a levou a escolhê-la.
Quem vai ao cinema espera encontrar novidades, descobrir novas nuances, surpreender-se e (se possível) maravilhar-se - relacionamentos buscam as mesmas premissas. A rotina que corrói a convivência, o faz exatamente por apresentar um enredo constante, acomodado ao dia a dia, pouco ou não gerido pelos participantes. Os que se conformam em cumprir papéis predeterminados pela vida, eximindo-se de serem criativos, esgotam suas novidades e como tal, deixam de surpreender seus parceiros. O que sobra para conversar são contas a pagar, problemas a resolver e frustrações. A admiração pela pessoa com quem se convive é essencial para o relacionamento.
Todos podem assumir o papel de protagonistas de suas vidas, mas uma grande maioria aceita o papel de coadjuvante, esquecendo-se que quem deve escolher os personagens e o roteiro nos eventos que viverá, somos nós mesmos. O “elenco” não só tem o direito, como pode surpreender em sua atuação, se cada “ator” se dispuser a fazê-lo. Viver é como improvisar no palco. Acordar pela manhã pode ser a chance de transformar o dia em uma aventura, mas só para quem se dispõe a vivê-la, pois isto implica em escolhas conscientes, adaptabilidade para contornar obstáculos e buscar coisas que levantem o espírito, conservando e alimentando o bom humor pessoal, dos outros e do próprio ambiente, doméstico ou profissional.
A relação a dois se assemelha também, ao ato de colecionar um álbum de figurinhas. Todos os dias experimentamos situações que, dependendo de nossas atitudes, podem ser novas ou rotineiras e que rendem boas histórias para alimentar o interesse de nossos parceiros - são como cromos em duplicatas para permutar. Quem já participou de uma dessas trocas, sabe que elas só ocorrem quando alguém tem novidades para o “álbum” do outro, logo, não adianta trazer assunto que só interessa a um dos lados; não rende troca ou tema para conversa. Parceiros precisam cultivar algum interesse comum (como um mesmo álbum).
Há ainda seis coisas que os casais devem ter em mente, em prol da durabilidade de suas relações:
1 - Para aqueles que casaram na igreja ou no cartório, a primeira a coisa a fazer, é “enterrar” a certidão de casamento em uma pasta esquecida no armário, continuando a tratar seus escolhidos como se ainda estivessem namorando. Quem namora prepara-se para encontrar a quem ama: perfuma-se, cuida-se, leva para comer fora, faz gentilezas e tenta agradar em todos os sentidos, para se precaver de ser trocado por alguém melhor. Não faz sentido então, esquecer-se disso após o casamento, só porque confia num pedaço de papel que nada assegura. Certidões de casamento não garantem felicidade. Relaxar no agrado aos companheiros, como se o registro de uma cerimônia pudesse aliviar o desleixo em uma relação, é burrice.
2 - É preciso lembrar que o que qualquer presidiário deseja quando está numa prisão, é ter sua liberdade de volta. Casamentos que se baseiam no ciúme e no controle, suplicam por rotas de fuga, já que todo encarcerado procura evadir-se. A mais segura “cadeia”, não tem portas, grades ou trancas, pois dela ninguém deseja escapar: Seu residente fica ali por vontade própria e costuma chamar tal lugar de lar. É o que faz a diferença em muitas relações duradouras: parceiros ficam por que pertencem-se sinceramente e não por que isto é imposto um ao outro. Troque sua prisão por uma ótima convivência, com humor, gentileza, carinho e atenção e a pessoa amada ficará por seus encantos. Se ainda assim não ficar, aceite o fato e siga em frente, pois ela já não tinha vínculos com você e convivia mais por hábito que por afeto e lhe terá feito um favor ao ir embora. Quem se condena a viver com alguém assim, infelicita-se todos os dias.
3 - Nunca se deve depender dos parceiros ou servir-se deles para suprir uma carência ou deficiência pessoal. Deve-se estar junto por que a convivência entre os dois pode ser magnífica e saudável. Quem fica com alguém por que depende da pessoa, muito frequentemente o parasita para preencher seu próprio vazio, seja ele de energia, alegria, dinheiro, atenção ou valor. São relações que acabam, quando um dos dois se dá conta de que se sente mal na presença de quem o suga. Faz-se necessário que ambos trabalhem e ganhem o próprio dinheiro, estudem para equilibrar seu nível cultural, tenham sempre novos interesses pessoais e procurem criar universos ricos e instigantes para formar novas “figurinhas” a serem ofertadas um ao outro.
4 – A admiração entre os parceiros, deve ser alimentada diariamente. Se assumirmos que a união ocorreu por que ambos acharam que a vida seria mais interessante e rica a dois, faz-se necessário conservar as qualidades que os levaram a esta escolha, além do sorriso de admiração que suscitavam um no outro. Para sustentar o encantamento que originou a relação, é preciso que o casal procure sempre se reinventar, valorizando e reconhecendo continuamente os atributos de seus parceiros.
5 – O respeito em qualquer relação é essencial. E é em nome dele que se deve traçar a linha que separa a divergência da grosseria, mantendo a convivência harmoniosa. Ser grosseiro com o ser amado é como faltar com o respeito para consigo mesmo e suas escolhas, já que estar ali foi uma opção sua. Àquele que faz, resta apenas o engolir do que disse, pedir desculpas e esperar (rezar, às vezes) que o outro conceda; algo que escapa ao controle racional e entra no instável campo emocional. O cuidado de não por a culpa no outro pela própria intolerância, ajuda muito. E lembrar que o orgulho dá péssimos conselhos, também. Assim sendo, é preciso evitar que ele assuma o controle da relação.
6 - Flores, presentes, preparar o café e levá-lo na cama, jantar fora, almoços fora das comemorações, lembrar as datas pessoais importantes e viajar a dois sem qualquer motivo, são a cereja do bolo para qualquer união. Ao invés de comemorar aniversários uma vez por ano, é preciso seguir o exemplo que se vê no livro “Alice no país das maravilhas”, onde se festejam constantes desaniversários (lá, comemoram-se 364 deles ao ano!). Boas surpresas sempre serão bem vindas entre pessoas que se unem, já que costumam acrescentar muitos anos a uma relação.
Tudo o mais que é necessário, como sexo, prover a casa condignamente, cuidar dos filhos, não deixar serviços para o outro fazer e não encher a paciência, todo mundo já sabe e ouviu.
A felicidade de um casal começa, pelo partilhar a dois da alegria.
Lucio Abbondati Junior
quinta-feira, maio 05, 2011
FOTOS DA PALESTRA "O CÉREBRO DO PRAZER" NA UNI LA SALLE
No dia 12 de abril de 2011, apresentamos em Niterói (RJ) mais uma edição da palestra “O Cérebro do Prazer – A conexão criativa”, desta vez na UNI LA SALLE - Institutos Superiores de Ensino.
Nela abordamos os conceitos do equilíbrio pessoal frente aos papéis que desempenhamos desde nosso nascimento, a importância da ludicidade no viver diário e no aprendizado, as condições que levam ao estresse e suas repercussões orgânicas, culminando com a apresentação de um passo a passo para a recuperação da qualidade de vida, do desempenho frente aos problemas diários, do humor e da saúde.
Gostaríamos de agradecer aqui, a gentileza e o carinho com que fomos recebidos, tanto pelo corpo docente quanto pelos estudantes de pedagogia, que partilharam conosco o seu interesse e dedicação, enriquecendo o evento. Abaixo seguem algumas fotos da noite: